Política Democrática Online destaca coalizão para reforma estrutural nas polícias
Com análises sobre política, economia e cultura, edição de novembro foi lançada nesta quinta-feira (12)
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Necessidade de coalizão para se enfrentar a questão da governança das polícias, embate entre favoráveis e contrários à volta às aulas presenciais e a união de forças progressistas e de centro que levaram à derrota da Donald Trump são os principais destaques da revista Política Democrática Online de novembro. Lançada nesta quinta-feira (12), a publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília e que disponibiliza todos os conteúdos em seu site, gratuitamente.
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No editorial, a publicação diz que “o país ingressou na reta final de uma campanha eleitoral atípica”. Segundo o texto, tudo indica que prevaleceu no eleitorado a tendência ao pragmatismo, à separação prudente das esferas nacional e municipal da política. “Nessa conjuntura, cabe às forças de oposição prosseguir na convergência programática, no fortalecimento de um amplo leque de alianças para o segundo turno das eleições, em torno do eixo político hoje fundamental: defesa da saúde, da vida e da democracia”, afirma, em um trecho.
Na entrevista exclusiva concedida à Política Democrática Online, o antropólogo e filósofo Luiz Eduardo Soares, defensor da desmilitarização das polícias militares, avalia que somente uma coalizão pode dar ao país as condições políticas para que se faça uma reforma estrutural nessas corporações policiais. “Só uma coalizão pode proteger os governos que se disponham a agir, e não adianta pensar nas forças armadas como uma solução mágica, porque se não o Rio já teria resolvido, por exemplo, o problema com as milícias”, diz.
Leia Mais...»Guilhotina #89 – Luiz Eduardo Soares
Bianca Pyl e Luís Brasilino entrevistam o antropólogo Luiz Eduardo Soares, que está lançando pela Boitempo o livro “Dentro da noite feroz: o fascismo no Brasil” (https://www.boitempoeditorial.com.br/diplomatiquebr). Professor visitante da UFRJ, ex-secretário nacional de segurança pública (2003), coordenador de segurança, justiça e cidadania do estado do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000 e autor de mais de vinte livros, ele falou conosco sobre a nova obra, em que faz uma análise da conjuntura brasileira diante do avanço do projeto fascista encampado pelo governo federal. Conversamos sobre a aplicabilidade da categoria fascismo no caso brasileiro; as razões da popularidade desse discurso na atualidade; o papel da crise econômica, da Lava Jato e do ódio contra minorias; a ligação do governo com as milícias e muito mais. *Links: https://diplomatique.org.br/guilhotina-87-bruno-paes-manso/. Trilha: Arnaldo Antunes, “O real resiste”; e Caetano Veloso, “Um índio”.
Luiz Eduardo Soares, o ficcionista oculto pelo cientista político
Luiz Eduardo Soares é escritor, dramaturgo, antropólogo, cientista político e pós-doutor em Filosofia Política. É professor visitante da UFRJ, professor aposentado da UERJ e ex-professor do IUPERJ e da UNICAMP. Foi visiting scholar nas Universidades Harvard, Columbia, Virginia e Pittsburgh. Publicou 18 livros, entre os quais “Meu Casaco de General: 500 dias no front da segurança pública do Rio de Janeiro” e “Rio de Janeiro: histórias de vida e morte (ambos pela Companhia de Letras)”, ambos finalistas do Prêmio Jabuti. Escreveu o romance “O Experimento de Avelar”, publicado pela editora Relume Dumará, em 1997. Embora inspirado em fatos reais, foram escritos em registro ficcional “Elite da Tropa” (com André Batista e Rodrigo Pimentel), publicado em 2006 pela Objetiva, “Elite da Tropa II” (com os mesmos coautores e Claudio Ferraz), publicado pela Nova Fronteira, em 2010, “Espírito Santo” (com Rodney Miranda e Carlos Eduardo Ribeiro Lemos), editado pela Objetiva, em 2008, além de “Rio de Janeiro; histórias de vida e morte”, publicado em 2015 pela Cia das Letras e pela Penguin, em Londres, “Vidas Presentes”, em 2017, “Educação para Mudar o Mundo” (no prelo) e “Tudo ou Nada”, pela Nova Fronteira, em 2012, cuja versão para teatro também escreveu (permanece inédita). Escreveu as peças “Entrevista com o vândalo”, montada em 2014 sob direção de Marcus Vinicius Faustini, e “O confronto” (em parceria com Domingos de Oliveira e Marcia Zanelato), montada em 2010 sob direção de Domingos de Oliveira. Seus livros mais recentes são “Desmilitarizar; segurança pública e direitos humanos” (Boitempo, 2019), “O Brasil e seu Duplo” (Todavia, 2019) e “Dentro da noite feroz; o fascismo no Brasil”(Boitempo, 2020). Foi Secretário Nacional de Segurança Pública, Sub-Secretário de Segurança Pública e Coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro, além de Secretário Municipal de Prevenção da Violência em Porto Alegre e Nova Iguaçu.
Leia Mais...»Livro de Luiz Eduardo Soares traduz o fascismo do século 21 ‘a la Bolsonaro’
Em seu mais recente livro, o antropólogo Luiz Eduardo Soares faz um diagnóstico preciso do governo e da sociedade que emerge sob o fascismo bolsonarista.
São Paulo – O antropólogo Luiz Eduardo Soares não tem dúvida. O Brasil vive sob o fascismo desde a eleição de Jair Bolsonaro. O cientista político é um dos mais importantes especialistas em segurança pública do país. E conhece a obra de Bolsonaro de longa data. Foi subsecretário de Segurança e Coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro, de 1999 a 2000, onde Bolsonaro e seus filhos construíram a trajetória política. Em seu mais recente livro, Dentro da Noite Feroz – O Fascismo no Brasil (Boitempo Editorial), Soares faz um diagnóstico preciso desse governo e da sociedade que emerge sob o fascismo em tempos de Bolsonaro. Uma obra essencial para quem quer entender esse Brasil em que estamos vivendo. O e-book está disponível nas lojas Amazon, Apple, Google e Kobo.
Leia Mais...»Alvo de dossiê do ministro da Justiça o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares devolve: “não passarão”
Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia – Na próxima quarta-feira o Supremo Tribunal Federal abre um debate que promete dar panos pra manga. Na quinta-feira passada, ao julgarem o processo sobre a atuação da Agência Brasileira de Informações (Abin), os ministros do STF deram mostra de a quantas andam os ânimos para a discussão em torno de um relatório “sigiloso” contra servidores ligados a movimentos antifascistas, trazido a público pelo site Uol. A ação questiona a produção, pelo Ministro da Justiça, André Mendonça, desse “dossiê”, que ele chegou a negar, mas por fim admitiu sua existência, numa reunião a portas fechadas, com senadores da Comissão Mista das Atividades de Inteligência.
Leia Mais...»Luiz Eduardo Soares: “Recriar o SNI da ditadura deixou de ser o sonho de Bolsonaro para se tornar um pesadelo da sociedade”
Antropólogo alvo de dossiê feito pelo Ministério da Justiça diz que monitoramento “é apenas mais um elo na corrente que nos arrasta para o abismo”
Um dos 579 alvos de um dossiê elaborado pelo Ministério da Justiça a partir do monitoramento secreto de um grupo descrito como “militantes antifascistas”, o renomado antropólogo brasileiro Luiz Eduardo Soares afirma que, com ações do tipo, o presidente Jair Bolsonaro “recria” um dos braços da polícia política brasileira durante a ditadura militar, o Serviço Nacional de Informações (SNI). “A recriação do velho SNI deixou de ser o sonho de Bolsonaro para se tornar o pesadelo da sociedade brasileira”, declarou ao EL PAÍS. O dossiê, revelado pelo portal UOL, foi elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) da pasta e acendeu os alarmes dos que temem o uso de aparato do Estado para a vigilância ou investigação de opositores políticos do Planalto.
“A investigação clandestina contra cidadãos contrários ao fascismo é apenas mais um elo na corrente que nos arrasta para o abismo”, diz Soares, para quem as ameaças à democracia têm sido cometidas pelo Governo Bolsonaro rotineiramente. “A infiltração do fascismo se dá por toda parte, corroendo os pilares da democracia.”
O antropólogo, que foi secretário nacional de Segurança Pública durante o início do Governo Lula da Silva (PT) e é um dos fundadores do partido Rede Sustentabilidade —do qual se desfiliou, diz que já adotou os trâmites judiciais para questionar o Planalto sobre a investigação informal, conduzida pela Seopi, uma das cinco secretarias subordinadas ao ministro da Justiça, André Mendonça. As atividades não têm acompanhamento judicial.
Além de Soares, também foram monitorados os professores universitários Paulo Sérgio Pinheiro (relator da ONU e ex-secretário Nacional de Direitos Humanos), Ricardo Balestreri (secretário de Segurança Pública no Pará) e Alex Agra Ramos, que leciona na Bahia. Entre os policiais monitorados, estão os que participam do movimento autodenominado Policiais Antifascismo. Por causa das revelações, partidos de oposição ao Governo Bolsonaro também recorreram ao Judiciário para questionar as atividades. Também apresentaram requerimentos de convocação do ministro da Justiça para que ele explicasse o caso no Congresso Nacional. O Ministério Público Federal também solicitou protestaram.
Alvo de dossiê diz que governo Bolsonaro “de novo atenta contra democracia”
28/07/2020 entrevista para Rubens Valente colunista do UOL
O cientista político Luiz Eduardo Soares, 66, um dos alvos do dossiê produzido pelo Ministério da Justiça contra os policiais antifascistas e citado como “formador de opinião” do grupo, disse que recebeu a notícia com indignação. Para Soares, o governo Bolsonaro mais uma vez “atenta contra a democracia”. O dossiê, cuja existência foi revelada pelo UOL nesta sexta-feira (24), foi produzido em junho por uma unidade pouco conhecida do ministério, a Seopi (Secretaria de Operações Integradas). O levantamento listou 579 agentes da segurança púbica estaduais e federais, alguns com fotografias e endereços de redes sociais, que haviam assinado dois manifestos, em 2016 e 2020.
O relatório sigiloso inclui um subtítulo denominado “Formadores de opinião”, no qual são citados Soares, o especialista em direitos humanos Paulo Sérgio Pinheiro, o secretário estadual do Pará Ricardo Balestreri e o acadêmico da Universidade Federal da Bahia Alex Agra Ramos. Em resposta à revelação sobre o dossiê, o Ministério da Justiça tem repetido que faz trabalho de inteligência e que a Seopi integra o Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), formado por 42 órgãos públicos e centralizado no GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
O controle de territórios pelas milícias
Entrevista para o site GGN em 5/07/2020
“Eu também quero pluralismo”, diz defensor da desmilitarização da PM sobre debate que Major Olímpio quer tumultuar
Há 30 anos Luiz Eduardo Soares vem propondo debates sobre segurança pública, polícias e justiça criminal. Na próxima segunda-feira (dia 13) haverá mais um, no qual o tema desmilitarização será tratado na Procuradoria Geral da República.
Como não poderia deixar de ser, em tempos bolsonaristas o líder do PSL, Major Olímpio, convocou militares a comparecerem – fardados – ao debate. Objetivo evidente: tumultuar, inibir, baixar o nível.
Luiz Eduardo Soares, antropólogo e filósofo, já foi Secretário Nacional de Segurança Pública e não hesita em afirmar que a transição para a democracia não foi completa no país. As polícias mantiveram-se no tempo da ditadura e são agentes ativos na desigualdade e no racismo estrutural nosso de cada dia.
Autor de vários livros, recentemente lançou “Desmilitarizar” pela Editora Boitempo. Ele conversou com o DCM.
Leia Mais...»Luiz Eduardo Soares, autor de livro que inspirou Tropa de Elite: “A dupla Bolsonaro-Moro tem nos dado o inverso do que o Brasil precisa”
ANA MARIA CAMPOS
Entrevista: Luiz Eduardo Soares, secretário nacional de Segurança Pública (Senasp), entre janeiro e outubro de 2003, na gestão do então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, cientista político, antropólogo, especialista em segurança e um dos autores do livro Elite da Tropa, que deu origem aos filmes Tropa de Elite.
“A dupla Bolsonaro-Moro tem nos dado o inverso do que o Brasil precisa”
Muitos governos investem em policiamento nas ruas porque o policial uniformizado cria na população a sensação de segurança, mas deixam de lado a prevenção e a investigação. Como mudar essa lógica?
A própria pergunta aponta o caminho: muda-se essa lógica, investindo-se em prevenção e investigação, o que exige transformação do modelo policial: desmilitarização, ciclo completo em cada instituição policial e carreira única.