Todavia Livros
Luiz Eduardo Soares (@soaresluiz) é cientista político, antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Pública. Pela Todavia, publicou O BRASIL E SEU DUPLO (2019) e, mais recentemente, ENQUANTO ANOITECE – um romance que atravessa o Brasil estrada afora. Neste post, te contamos um pouco mais sobre o autor.
ENQUANTO ANOITECE
Um homem simples do interior do nordeste cruza o país, de 1955 a 2005, migrando da violência institucionalizada − foi pistoleiro na ditadura − à nobreza do amor paterno − torna-se um pai dedicado e trabalha como porteiro no Leblon. Diante de impasses e bifurcações do destino, os protagonistas deste romance feroz − uma narrativa que atravessa engenhos, estradas empoeiradas e favelas controladas por milicianos − se movimentam com uma energia dramática que captura o leitor desde a primeira página. No fio da navalha, a história do Brasil.
Capa: @felipeparanaguabraga
Lançamento – Enquanto Anoitece – 7/07/23
Lançamento do novo romance de Luiz Eduardo Soares, Enquanto Anoitece.
Conversa com Paulo Roberto Pires 7/7/23, sexta feira, 19hs
Na Books Livraria, Praia de Botafogo, 316
Espaço Itaú de Cinema – Botafogo – Rio de Janeiro
A potência invisível dos Conselhos Tutelares
Publicado 20/06/2023 no site Outras Palavras
Em Campo Grande (bairro do Rio de Janeiro), fica a Vila dos Anjos, onde a terra devora, aos poucos, um conjunto de prédios fantasmagóricos de propriedade da Caixa Econômica Federal. As janelas do primeiro andar já desceram ao nível do solo. O terreno pantanoso é impróprio para edificações, o que não impediu que os prédios fossem construídos, embora não concluídos. Hoje, afundam, lentamente. Metáforas vivas do avesso da vida. Em longa agonia, a casa vira sepulcro. Só falta o portal dantesco em que se lesse: “Vós, que entrais, deixai aqui toda esperança”. Quatrocentas famílias os ocuparam, sob o patrocínio da milícia local. Os moradores das espeluncas não recebem serviços regulares, exceto a água que chega ao único banheiro disponível. Isso mesmo: um único banheiro atende a todo o condomínio. Desvios, por fiação clandestina, do tronco de energia garantem a luz. O esgoto é escoado a céu aberto. A despeito dessas condições, os milicianos cobram R$20,00 por mês de cada família. Na região, 120 crianças estão fora da escola.
Leia Mais...»“Todos os lados se envolveram nas manifestações”
No dia 22 de junho de 2013, o EEMM publicava uma entrevista com o antropólogo, cientista político e escritor Luiz Eduardo Soares intitulada “Não vimos esse filme”. Nela, o pesquisador apresentava suas impressões sobre a revolta que tomava as ruas de todas as regiões do país. Agora, dez anos depois, ele voltou a falar com o EEMM para analisar, com o distanciamento histórico, as jornadas de junho.
O Brasil na teia viscosa da chantagem neoliberal
Por Luiz Eduardo Soares para o site Outras Palavras
Em Labirinto Reacionário, Valério Arcary analisa com agudeza crítica os embates estruturais da sociedade brasileira na última década. Disseca como a Faria Lima encurrala Lula – e aponta meios de reverter o ciclo vicioso do financismo
Labirinto reacionário: o perigo da derrota histórica1 é um livro importante, escrito por um dos principais estudiosos dos desafios políticos contemporâneos, Valério Arcary, cuja maturidade intelectual corresponde à experiência de 49 anos de militância nas lutas populares pelo socialismo. O peso da longa travessia, entretanto – e esse é um dos encantos da obra –, não anula a leveza de quem se recusa a renunciar à esperança. Os capítulos, escritos a um só tempo como intervenções políticas e exercícios reflexivos, mantêm o leitor (relevem o masculino) alerta, mobilizado, inquieto, não raro emocionado e sempre induzido a pensar e repensar com independência e espírito crítico, contemplando o retrato fugaz da conjuntura à luz da história e do horizonte transnacional. Densidade analítica, honestidade intelectual e engajamento coexistem, nos textos de Valério, sem concessões mútuas, o que soaria paradoxal apenas a quem supusesse que envolvimento político-partidário implicasse, necessariamente, negar os processos complexos, cambiantes e contraditórios da realidade social para validar concepções congeladas ou autoritariamente impostas.
Leia Mais...»Independência e morte, bradam as polícias do Rio de Janeiro
Por LUIZ EDURADO SOARES*
O enclave policial é refratário à autoridade política e nenhum governador jamais comandou (plena e efetivamente) as polícias estaduais
O título exato deste artigo deveria ser mais extenso: As polícias fluminenses, por meio de seu porta-voz, o governador, proclamam a independência e declaram que o Rio de Janeiro passa a ser território livre dos limites constitucionais. Explico.
Leia Mais...»Meu casaco de general, com Luiz Eduardo Soares
Marcos Carvalho Lopes e Ana Sônia Gomes dos Santos conversamos com o filósofo, antropólogo, cientista polítio e professor Luiz Eduardo Soares poara uma conversa que teve como mote o seu livro Meu casaco de General: Quinhentos dias no Front da segurança pública no Rio de Janeiro, lançado no ano 2000, finalista do prêmio jabuti, texto fundamental para pensar a segurança pública no Brasil. No esforço de recontextualização dessa obra o professor Luiz Eduardo Soares nos proporciona toda uma narrativa sobre a trajetória política do país, em que um processo de redemocratização problemático não questionou premissas de práticas autoritárias que continuam e retornam como um sintoma impensado.
Leia Mais...»CIA, Sicília e Rio Grande do Norte
Por LUIZ EDUARDO SOARES*
Lições para bloquear o fascismo brasileiro
Impactante o artigo que Seymour Hersh publicou esta semana em seu blog no Substack, desta vez não mais sobre o ato terrorista cometido pelo governo estadunidense contra os Nord Stream Pipelines, que levavam gás russo à Alemanha, mas sobre a operação secreta deflagrada pela CIA contra a máfia na Sicília, por determinação dos irmãos Kennedy. Na ocasião, John era presidente e Bobby, attorney general.[i]
Leia Mais...»‘Calar sobre o fascismo em nosso país equivaleria a calar sobre o que não queremos enxergar em nós mesmos’
Fascismo é um tema premente em um país onde, frisa Luiz Eduardo Soares, praticamente metade dos leitores “votou em um projeto fascista”. Convidado a abrir o ano letivo da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), na próxima quarta-feira, 22 de março, o escritor, antropólogo e cientista político retoma a questão em aula inaugural sobre A demanda por ordem ontológica e o fascismo no Brasil. O evento será realizado no Salão de Conferência do CDHS, às 10h, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube e tradução para Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Em entrevista à Casa, concedida no início desta semana, Soares, considerado um dos mais importantes especialistas em segurança pública do país, avalia que, atualmente, os problemas da área são mais graves do que os existentes no Brasil de duas décadas atrás, quando ocupava o cargo de Secretário Nacional de Segurança Pública, dando continuidade à experiência na gestão pública iniciada em 1999, como Coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro: “A corrupção policial se expandiu e se materializou em agências autônomas poderosas, as milícias. Hoje, colhemos a tempestade que eu previra na época”.