‘Escolha sua distopia’: Luiz Eduardo Soares lança livro sobre violência de Estado e avanço da extrema direita
Brasil de Fato, 30.jul.2025 por Fabiana Reinholz
Com mais de quatro décadas dedicadas ao estudo da violência e à área da segurança pública, o antropólogo, cientista político e escritor Luiz Eduardo Soares lança Escolha sua distopia (ou pense pelo avesso), editora Edições 70, livro que reúne 13 artigos, ensaios e um depoimento pessoal. A obra articula pesquisa acadêmica, experiência em gestão pública e escrita literária para refletir sobre os caminhos da democracia e os impasses da sociedade brasileira diante do avanço do autoritarismo.
O lançamento acontece nesta sexta-feira (1º), às 18h, no Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A atividade integra o debate “Segurança cidadã e democracia”, promovido pelo Instituto Novos Paradigmas (INP) e o Democracia e Direitos Fundamentais (DDF). Participam da mesa o ex-ministro da Justiça e ex-governador do RS, Tarso Genro; o mestre em Sociologia e jornalista Marcos Rolim; e a socióloga Bruna Koerich. A mediação será feita pela jornalista e doutora em comunicação Sandra Bitencourt.
Leia Mais...»SARAU MEMÓRIAS DA DITADURA – LADO B
Tinha a ditadura prendendo e arrebentando, tinha o valoroso pessoal resistindo a sério e tinha o lado B, gente desbundando, ousando, delirando, contra o autoritarismo & a caretice.
SARAU MEMÓRIAS DA DITADURA – LADO B recebe o antropólogo, cientista político e escritor LUIZ EDUARDO SOARES. Com a bancada da casa, LUÍS AUGUSTO FISCHER, DIEGO GRANDO e KATIA SUMAN numa vibe sexo, drogas & rock’n’Raul. canja – Ana Matielo
SARAU MEMÓRIAS DA DITADURA – LADO B – 29.07.25
Ocidente 20h
ingressos: 40 pila
Antecipados via pix: katia@radioeletrica.com
Enviar comprovante para o mesmo email.
Debate e lançamento do livro de Luiz Eduardo Soares

Debate e lançamento
do livro de Luiz Eduardo Soares
Participantes:
Tarso Genro
Marcos Rolim
Bruna Koerich
Mediadora: Sandra Bitencourt
Organizadora: Juliana Foernges
01 de agosto/18hs/
Centro Cultural da UFRGS
Rua Eng. Luiz Englert, 333
Porto Alegre – RS
Programa de Pós-Graduação em ciência da Literatura da UFRJ com a Cátedra Patricia Acioli,
Programa de Pós-Graduação em ciência da Literatura da UFRJ com a
Cátedra Patricia Acioli, do Colégio
Brasileiro de Altos Estudos/UFRJ
Ficção científica
(ou especulativa), violência e mundos alternativos
PROFESSORES:
Luiz Eduardo Soares e
Felipe Lima
6 de agosto a 19 de dezembro/2025
Aulas presenciais no CBAF
Informações e inscrições em:
Estamos entre o medieval e neofascismo
Luiz Eduardo Soares avalia, à coluna GENTE, o cenário atual da política brasileira e os desafios na segurança pública do país
Um dos autores de sucessos da literatura nacional, como Cabeça de Porco (2005) e Elite da Tropa 1 e 2 (2006, 2010), tendo este inspirado o cultuado Tropa de Elite (2007, 2010), o antropólogo Luiz Eduardo Soares, 71 anos, marca sua estreia na ficção com Crânio de Vidro Selvagem (Brasa Ed.). A obra narra o reencontro de dois antigos militantes de esquerda, que revisitam memórias marcadas por afetos e divergências. Com relatos que espelham momentos da vida do autor, o romance propõe uma leitura crítica do país, abordando o esvaziamento das mobilizações de rua, a ascensão das redes sociais no debate político e o desgaste do diálogo em meio à guerra de narrativas. Em conversa com a coluna GENTE, o cientista político, que foi subsecretário de Segurança do Estado do Rio no governo Anthony Garotinho, avalia o cenário atual da política brasileira e os desafios na segurança pública do país.
Leia Mais...»Glauber, heroísmo e refundação da política
Para o site Outras Palavras, 22/04/2025
Vida institucional brasileira rasteja, aferrada à mercantilização, incapaz de se inspirar em quem tentou dar-lhe vitalidade, grandeza e viés solidarista. Por isso precisamos de quem, como o deputado, entrega o próprio corpo à luta coletiva
No ano 2000, publiquei um artigo no site No, sob o título “Perdão e esquecimento: a cultura política brasileira e as lições da África do Sul”i, onde procurava mostrar que a subordinação da política ao mercado corroía a credibilidade das instituições democráticas e poderia abrir, perigosamente, espaço para a reemergência do autoritarismo, se forças conservadoras identificassem a profundidade da rejeição popular à cultura política liberal e oferecessem um blend ideológico de ordem e mudança. O artigo afirmava a negligenciada importância do heroísmo – entendido como o sacrifício dos próprios interesses, quando não da própria vida –, como fonte de valor e legitimidade da política, talvez a única força moral e afetiva capaz de reverter a hegemonia degradante da mercantilização generalizada.
Reproduzo, aqui, sinteticamente, o artigo escrito há 25 anos, em homenagem ao gesto de um político que honra o instituto da representação. Durante dez dias, o deputado federal Glauber Braga, ameaçado de perder o mandato por se opor ao jogo das emendas secretas, esteve em greve de fome. Decidiu pôr sua vida em risco em resposta ao absurdo. Sua decisão causou surpresa e perplexidade. Havíamos esquecido que política não se restringe à lógica liberal, utilitária e individualista. Para evocar virtudes heróicas na política, não é preciso recorrer às armas. Basta apagar a fronteira entre privado e público, não para tornar a sociedade voyeur de intimidades narcísicas, mas para entregar o próprio corpo à luta política coletiva.
Leia Mais...»Genocídio negro: o STF agirá?
Para o Site – Outras Palavras – Publicado 23/03/2025
“Aboliremos a escravidão, desde que…”, diziam os oligarcas no Império. A mesma lenga-lenga cerca agora a ADPF-635, que interromperá, se aprovada, as operações policiais mortíferas nas favelas e periferias. O Supremo se atreverá a acolhê-la?
Nesse domingo, 23 de março, na Folha de SP e no Globo, ótimo artigo de Elio Gaspari compara as resistências ao projeto de lei do governo federal que busca tornar menos injusto o Imposto de Renda às evasivas dos anti-abolicionistas, no século XIX, que se diziam de acordo com o fim da escravidão, “desde que”… Havia sempre um “desde que”, exigindo reparações aos proprietários penalizados com a perda de seus ganhos e alertando para riscos de desorganização da economia, instabilidade jurídica e desordem pública. Enquanto lia o catálogo da infâmia escravagista, pensava na população vulnerabilizada do Rio de Janeiro e nos inumeráveis “desde que” ainda em voga, mobilizados diariamente por políticos e policiais para postergar mudanças urgentes na segurança pública. Contra a ADPF 635, que o STF se prepara para votar, evocam o “desde que” sem pruridos, sacrificando a razão, as evidências e qualquer veleidade de honestidade intelectual.
Notas sobre um cenário em desarranjo
Para o site Outras Palavras – 18/02/25
Quanto mais segue a cartilha neoliberal, mais Lula se enfraquece e amplia os riscos de derrota em 2026. O diálogo pode ser um primeiro antídoto. Governo deve expor quem bloqueia as mudanças. E o conjunto da esquerda pode servir-se da palavra para escapar de três tendências desastrosas
Difícil escapar dos temas
que nos angustiam, sobretudo quando nos desafiam tanto intelectual quanto politicamente. Em retrospecto, parece que foi mais fácil compreender o golpe de 1964 e a transição democrática -com suas virtudes, seus limites, suas contradições- do que os revezes que precipitaram o impeachment golpista de Dilma Rousseff, marcando a ruptura do pacto celebrado em 1988, e culminaram com a ascensão do neofascismo bolsonarista -derrotado por um triz, em 2022, mas ainda um espectro no horizonte a nos assombrar, sobretudo após a vitória de Trump. Mais fácil compreender talvez porque o contemporâneo seja sempre mais desafiador, ou talvez porque nossas categorias estivessem mais ajustadas àquele mundo. O fato é que o quadro geopolítico é dramaticamente complexo, especialmente depois do genocídio em Gaza.
Crânios de vidros
Por LETÍCIA NÚÑEZ ALMEIDA*
Considerações sobre o livro recém-lançado de Luiz Eduardo Soares O que é a realidade? Nós a produzimos ou somos produzidos por ela? A verdade é sempre relativa? Quais as fronteiras entre o consciente e o inconsciente? Existe uma (in)consciência coletiva? O novo livro de Luiz Eduardo Soares é a antítese de São Tomé, não é recomendado aos que só acreditam no que podem ver, tocar, ler. É o(a) leitor(a) no meio da tempestade elétrica da encruzilhada desenhada pelo autor.
É urgente retomar a esperança
Premido pela onda obscurantista e pela crise internacional, o governo Lula ruma para o colapso
VÁRIOS AUTORES (nomes ao final do texto)
Agindo de forma reativa, enlaçado pela corrupção parlamentar, premido pela onda obscurantista e pela crise internacional, o governo Lula ruma para o colapso. Cabe reagir sem demora.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante cerimônia em Brasília em janeiro deste ano – Ueslei Marcelino/Reuters
Eleito pela mobilização contra a extrema direita, Lula não exibiu proposições claras e consistentes na campanha. Prometeu extinguir o teto de gastos, incluir o pobre no orçamento, rever a reforma trabalhista, valorizar o serviço público, garantir gasolina barata, reestatizar a Eletrobras e botar picanha e cerveja na mesa do povo.
No governo, prendeu-se ao fiscalismo ao gosto dos banqueiros. Estabeleceu meta de inflação inalcançável, argumento para o Banco Central elevar a taxa de juros. Essa camisa de força inviabiliza o bom serviço público, inibe investimentos produtivos e o atendimento aos mais pobres.
Crescimento do PIB, do emprego e da renda não bastam à sociedade. O corte de gastos resultante da obsessão fiscal fomenta a desesperança.
O preço da comida, a insegurança pública, a dificuldade de locomoção e a carência de moradia frustram as expectativas do povo.
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