Carta aberta aos membros da REDE
Segunda-feira, 3 de outubro de 2016
*Os signatários postergaram a publicização desta carta aberta até o dia seguinte às eleições para evitar seu eventual uso eleitoreiro, prejudicando candidaturas, injustamente.
Por que saímos da REDE Sustentabilidade
Passadas as eleições municipais, seria importante que a REDE realizasse um balanço político. Mais do que o exame dos resultados alcançados em sua primeira participação eleitoral, trata-se de avaliar o percurso político até aqui tendo em conta os propósitos que estiveram presentes na fundação do partido.
Leia Mais...»Debate sobre segurança pública no Brasil é fraco, diz antropólogo Luiz Eduardo Soares
De outubro de 2015 a março deste ano, profissionais de segurança pública, gestores públicos e cidadãos comuns discutiram temas centrais para se pensar a política de segurança pública no país, como controle externo da atividade policial, descentralização federativa, desmilitarização, padronização da formação, carreira única e ciclo completo de polícia.
Os debates foram promovidos pela plataforma Mudamos – projeto desenvolvido pelo ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade) do Rio de Janeiro, em parceria com a Open Society Foundation e o Instituto Arapyaú –, que analisou mais de 10 mil contribuições feitas em sua página no Facebook e na própria plataforma ao longo de cinco meses e mapeou os argumentos usados pelos participantes na defesa de suas ideias e posições, reunindo-os no relatório que será lançado na sexta-feira, dia 23 de setembro, durante o 10º encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que terá início amanhã (21) em Brasília (DF).
Todos os temas lançados ao debate constam na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) número 51, de 2013, que reestrutura o modelo de segurança pública a partir da desmilitarização do modelo policial e hoje tramita na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado Federal. De sua elaboração, participou o antropólogo Luiz Eduardo Soares, especialista no tema. Consultor da plataforma Mudamos, ele falou à Ponte sobre algumas das questões presentes no relatório.
Leia Mais...»As acusações contra Lula e a contrarreforma
Publicado no site “Justificando” em 16 de setembro de 2016
O Ministério Público Federal, atuando no Paraná, entendeu que o ex-presidente Lula é o chefe de um organização criminosa que assaltou o Estado brasileiro. Os procuradores fundamentaram sua conclusão em três interpretações dos fatos identificados nas investigações: 1) indivíduos que desempenharam funções públicas favoreceram interesses privados, em troca de propinas milionárias, as quais foram divididas com outros indivíduos e partidos políticos. Entre os beneficiários estava o PT; 2) Os corruptos foram nomeados com o aval do presidente da República; 3) O presidente sabia o que faziam.
A intenção deste artigo é questionar esta acusação a Lula. Eu o faço com a autoridade moral de quem tem denunciado a corrupção dos governos petistas, desde antes do mensalão; de quem sempre defendeu a Lava-Jato e admira a competência, a coragem e a independência do procurador Deltan Dallagnol.
Leia Mais...»Resultados de um ano de debate virtual sobre a PEC-51 e mudanças na segurança pública que conduzi com o ITS
Programa de Governo de Alessandro Molon (REDE), candidato a prefeito, e de Roberto Anderson (PV), candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro
A presente versão do programa representa estágio preliminar de um trabalho em progresso, aberto a novas contribuições, tanto do PPL, que agora se integra à aliança, quanto de todos que se disponham a colaborar, seja via internet, seja presencialmente, em nossas rodas de conversa. Suas fontes foram várias: contribuições de colaboradores individuais, de grupos de trabalho, de especialistas e ativistas consultadas e de sugestões registrada nas redes sociais e em nossa plataforma: <juntospelorio.com.br>
Além do programa, a campanha Rede-PV e o candidato a prefeito do Rio de Janeiro, Alessandro Molon, firmam seu compromisso com os seguintes documentos:
–Carta de Princípios da Associação Internacional de Cidades Educadoras
–Carta de Itacoatiara- Reconectando a Juventude na Política
–Rio Agenda 21
–Carta Compromisso – Plano Municipal da Primeira Infância no Rio- Rede Nacional da Primeira Infância
–Carta de Adesão ao Programa Cidades Sustentáveis
After the party: Rio wakes up to an Olympic hangover
publicado no site do The Guardian em 21/08/2016
The Olympic Games are coming to a close, having demonstrated once again that Rio de Janeiro knows how to organise and promote big events. But after the party, and the billions spent to show the world that we deserve a place among the great democracies, comes the hangover; the bills begin to arrive, and we have no way to pay. As the festive air and the tourism subside, and with the Paralympics due to start in a matter of weeks, the old problems remain.
It is now that the residents of Rio de Janeiro begin to wonder: what will the legacy be? As we present ourselves to the world, have we revealed our faults? Or has the power of our cultural creativity come to the fore? Therein lies the contradiction of Rio: the combination of beauty and poverty, hedonism and inequality, a carnival atmosphere and bloody violence.
Leia Mais...»Meu encontro com Prestes
publicado em 26 de outubro de 2015, no site Justificando
À memória de Joel Teodósio
No primeiro semestre de 1980, após insistentes solicitações, Prestes abriu uma janela na agenda concorrida para nos atender. Combinamos – eu e o saudoso Joel Teodósio – chegar um pouco mais cedo e nos encontrar na portaria do prédio, em Botafogo, onde o secretário geral do partido comunista nos receberia. A legenda ainda era ilegal, mas, àquela altura, com a anistia em pleno vigor e a ditadura em franco declínio, não levávamos mais a sério a clandestinidade. Os dois fomos pontuais. Eu estava nervoso como noivo à moda antiga que vai ser apresentado ao futuro sogro. Por mais que houvesse abismos entre nós, Prestes era um dos principais personagens da história do Brasil. Eu e Joel militávamos no velho PCB. No meu caso, desde o começo dos anos 70. Prestes não era como um de nós, era um ser mitológico que frequentava livros de história e o imaginário popular. Em 1924, abandonou o posto de engenheiro-capitão do exército, no Rio Grande do Sul, para liderar uma grande marcha com mil e quinhentos homens. A coluna Prestes, como passou a ser conhecida, percorreu, em dois anos e meio, 25 mil quilômetros, pregando uma revolução nacional popular, sem ideias claras ou filiação ideológica definida. O movimento acreditava no progresso e na soberania nacional, na valorização dos mais pobres e na afirmação de um poder público honrado. Exilou-se em 1928 e retornou ao país em 1930, clandestinamente, convertido ao marxismo. Foi para Moscou em 1931 e voltou em 1934, apto a ingressar no PCB, fundado em 1922, do qual, em 1943, embora preso, tornar-se-ia secretário geral. Passou nove anos em uma cela solitária, de 1936 a 1945.
Leia Mais...»One country, two worlds
Resenha publicada na revista The Spectator por Robert Collins
In October 1964, Charles de Gaulle visited Brazil. The country was six months into its military dictatorship. In April of that year, there had been a relatively bloodless coup against the sitting president, João Goulart, who one morning found a tank pointing its muzzle at his residence in Rio. The ensuing military regime lasted for two decades,and routinely tortured its dissidents. One of those tortured was a 22-year-old female member of a militant guerrilla group who was arrested in 1970 and subjected to paddle beatings and electric shocks to her ears, feet, breasts and thighs. Today, she is president. This is Brazil’s fairy tale.
Leia Mais...»‘A brutalidade policial não existiria sem autorização social’
Entrevista feita por Débora Fogliatto do site Sul 21
O antropólogo, cientista político e especialista em segurança pública Luiz Eduardo Soares é um dos mais notáveis defensores da necessidade de se desmilitarizar a Polícia no Brasil. O coautor dos livros Elite da Tropa 1 e 2 (Que deram origem aos filmes Tropa de Elite) defende uma reforma que em sua avaliação não é simples, mas necessária, para que a polícia brasileira seja menos letal e, ao mesmo tempo, cumpra melhor seu papel. Esta questão está intimamente relacionada à superlotação das prisões e à sua falência em recuperar os criminosos, segundo ele.
Leia Mais...»A hora e a vez do pacto republicano
Coluna para o site Justificando publicada em 26/05/2016
Eis o abacaxi: quando, por vias formalmente compatíveis com ditames constitucionais (mesmo havendo notório erro de juízo), um grupo político infestado de mafiosos assume o poder federal (deixo de lado, para efeito de raciocínio, os vínculos evidentes com grandes interesses econômicos), é preciso mobilizar a grande tradição do pensamento político para enfrentar o desafio, cujo caráter é, simultaneamente, intelectual, ético, legal e político. O cidadão democrata e republicano, fiel a seu dever constitucional, ao mesmo tempo indignado ante a gravidade ético-política da conjuntura, coloca-se a pergunta, o que fazer?, posto que já não basta contemplar e opinar. Agir é um imperativo ético e uma necessidade política. Entretanto, sem formular, intelectual ou conceptualmente, a natureza holográfica do abacaxi, em suas múltiplas camadas e dimensões – um monumental abacaxi-em-movimento -, não há como decidir o caminho, como definir o rumo. Nesse momento, a reflexão acumulada da filosofia política ajuda.







